Bem, para o post do fim de semana escolhi falar sobre o Criolo. O que dizer desse cara, rapper paulistano desde 1989, foi lançar seu primeiro trabalho (Ainda Há Tempo) somente em 2004, e em 2011 lançou o segundo álbum Nó na orelha, que foi o trabalho que garantiu maior notoriedade ao público em geral. Esses são somente fatos biográficos dele, nada muito fora do comum, mas, fui pesquisando a fundo sobre a história dele e vendo entrevistas, percebi que ele não é um cara comum. É um pouco por isso que resolvi falar sobre ele hoje, pois, antes eu realmente não tinha interesse nenhum pela história dos rappers e do hip hop no Brasil e sempre achei muito chato, confesso. Porém, esse foi o cara que me fez parar para pensar um pouco na importância do gênero nas periferias, pois ele fala e trabalha em prol da comunidade dele, bem como muitos outros artistas que nascem de lá.
Ouvindo mais a música dele, percebi que é muito eclético, não está preso a um gênero só, tanto que isso é perceptível pela maneira como ele alia o rap a tantos outros estilos. Essa mente aberta e a maneira iluminada com que ele lida com os assuntos de sua vida são os aspectos que mais me cativam nesse cara. Mariô é uma música composta em conjunto com Kiko Dinucci, grande músico paulistano que eu já comentei aqui quando falei do Passo Torto. O swing da música aliado à batida que é tipicamente do hip hop faz dessa canção uma bela "misturança". Creio que é isso que a música brasileira independente está procurando hoje, essa quebra quase que tropicalista e destemida dos dogmas e das tradições. Criolo caminha, e essa música é um exemplo, na linha tênue de sua própria formação de rapper e suas outras influências da música brasileira.
Bem, eu acredito que a música desse cara fala muito mais do que eu aqui balbuciando besteiras aos ventos, portanto fico por aqui deixando a letra e a música dessa mente iluminada. Até amanhã e um abraçaço!
Ogum adjo, ê mariô (Okunlakaiê) Ogum adjo, ê mariô (Okunlakaiê) [8x]
Antes de Sabota escrever "Um Bom Lugar" A gente já dançava o "Shimmy Shimmy Ya" Chico avisara "a roda não vai parar" E quem se julga a nata cuidado pra não quaiar
Atitudes de amor devemos samplear Mulatu Astatke e Fela Kuti escutar Pregar a paz, sim, é questão de honra Pois o mundo real não é o Rancho da Pamonha
E pode crer, mais de quinhentos mil manos Pode crer também, o dialeto suburbano Pode crer a fé em você que depositamos E fia, eu odeio explicar gíria
Tenho pra você uma caixa de lama Um lençol de féu pra forrar a sua cama Na força do verso a rima que espanca A hipocrisia doce que alicia nossas crianças
Eu não preciso de óculos pra enxergar O que acontece ao meu redor Eles dão o doce pra depois tomar Hoje vão ter o meu melhor
Eles pensam que eu vou moscar Mente pequena... eu tenho dó! Eu não preciso de Mãe Diná Pra saber que é o seu pior
Ogum adjo, ê mariô (Okunlakaiê) Ogum adjo, ê mariô (Okunlakaiê)
Nenhum comentário:
Postar um comentário