terça-feira, 13 de agosto de 2013

#18 - Cidadão (Passo Torto)

Bem, como hoje, em meu calendário hipotético, é sábado, vou falar sobre mais uma música que é conhecida minha há algum tempo. Hoje resolvi falar sobre um grupo de compositores que resolveram se juntar e formar um dos grupos independentes de SP mais bem conceituados e com um som que, na minha opinião, é uma das coisas mais bacanas que vem acontecendo na cena musical brasileira. O Passo Torto, composto por Kiko Dinucci, Rômulo Fróes, Rodrigo Campos e Marcelo Cabral, tem dois trabalhos lançados, sendo que seu último, Passo Elétrico foi lançado esse ano. 

O som dos caras, no primeiro álbum ( chamado Passo Torto), foi todo construído com base em violões, contrabaixo e cavaco. Essa configuração acústica foi muito importante para consolidar um estilo que é só deles. Já no segundo trabalho eles passam para outra textura colocando sons elétricos, principalmente da guitarra para incrementar o som. Pessoalmente, sou mais fã do primeiro trabalho, muito por sua simplicidade, pelo som econômico e as letras.

Cidadão é um retrato urbano do cara que vive em São Paulo, de seus tormentos, do dia a dia, de tudo que compõe  a vida dessa figura do cotidiano. Esta é uma característica muito forte dos caras que abordam muito a vida cotidiana em suas letras, falando sobre bairros da cidade de SP, falam de prédios, metrôs, enfim, nos mergulham na realidade das pessoas que vivem lá. Olha só a letra:

Cidadão, esquizofrênico, rondando na periferia
Às vezes lúcido, infeliz, conforme a luz, conforme o dia
Ouvindo vozes na cabeça, ouvindo dylan
Vendo rock in roll passar
Cidadão, esquizofrênico, parado em frente ao boteco
De galocha, na avenida principal, pedindo um teco
Ouvindo um samba na cachola, ouvindo um rap
Vendo bruce lee voar
Meu bairro nunca foi igual ao bairro de nenhuma história
E tem seu próprio carnaval, um cidadão nunca vai ser igual
Cidadão, esquizofrênico, correndo no jardim valquíria
Ansioso, a noite toda, procurando a luz do dia
Estudando um passo torto, um samba, um rap
Um rock pra se orientar
Cidadão, esquizofrênico, morando na periferia
Às vezes lúcido, feliz, conforme a luz, conforme o dia
Ouvindo um rock na cabeça, ouvindo um chip
Vendo james dean dançar
Meu bairro nunca foi igual ao bairro de nenhuma história

E tem seu próprio carnaval, um cidadão nunca vai ser igual




A maneira como eles trabalham o som também é algo muito interessante e que eu gosto muito. A música começa com uma espécie de diálogo entre cavaquinho e violão onde um complementa a melodia do outro tornando-se um só. O Passo Torto tem a característica de bolar melodias muito bonitas que acompanham a canção todo o tempo. A junção desses quatro talentos é o que faz o Passo Torto ser o que é. Bem, acho que já babei ovo de mais dos caras né! Creio que é isso! Até!




Nenhum comentário:

Postar um comentário