domingo, 18 de agosto de 2013

#26 - Alagados (Paralamas do Sucesso)

Hoje acordei meio família. 18 de agosto de 2013, meu pai, seu Akira, faz 44 anos de idade. E aproveitando que é domingo e posso falar de uma música já conhecida, resolvi, novamente, homenagear o velho. Como eu já falei, ele foi uma das pessoas mais importantes na minha formação musical, e grande parte disso foi por conta dele ouvir muita música e de maneira eclética. Mas, se eu pudesse associá-lo a um gênero, com certeza seria ao rock dos anos 80. Titãs, Legião Urbana, Ultraje a Rigor, Paralamas do Sucesso, enfim, todas essas bandas que moldaram a cara do rock nacional me foram apresentadas por meio do meu pai. Portanto, hoje, esta postagem tem um gostinho de família, de saudade (que estou matando agora) e de rock nacional!

Não foi um trabalho simples escolher a banda de hoje, são tantas opções que eu quase tive um colapso. Escolhi Paralamas, um pouco porque é uma das minhas bandas favoritas, e também porque meu pai sempre falou a célebre frase: "Barone (baterista do paralamas) é o melhor baterista do Brasil!". Bem, ele não é, mas na minha humilde opinião, ele está entre os melhores do rock nacional, com certeza. Outro aspecto que me fez escolher a banda foi a grande influência que o The Police teve no som deles, fator que gosto muito, principalmente porque gosto muito do police também e, principalmente, porque o Paralamas conseguiu achar sua própria "voz" que vai além da influência dos caras.

Quanto à música, entrei em um novo dilema, pois, ô bandinha que tem música boa heim! Nesse caso, contei um pouco com o destino e escrevi "Paralamas do Sucesso" no Youtube e Alagados veio para mim como uma revelação. Bem, não é o maior sucesso deles, mas é conhecidinha. O que me fez realmente querer falar sobre ela foi a letra. Ela é uma crítica ferrenha à pobreza desumana das favelas e tal, fazendo citações de vários locais como Alagados em Salvador, Trenchtown na Jamaica, favela da Maré no Rio, enfim, a poesia de protesto dessa canção e de mais! Veja só:

Todo dia o sol da manhã
Vem e lhes desafia
Traz do sonho pro mundo
Quem já não o queria
Palafitas, trapiches, farrapos
Filhos da mesma agonia
E a cidade que tem braços abertos
Num cartão postal
Com os punhos fechados da vida real
Lhes nega oportunidades
Mostra a face dura do mal

Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê


Todo dia o sol da manhã
Vem e lhes desafia
Traz do sonho pro mundo
Quem já não o queria
Palafitas, trapiches, farrapos
Filhos da mesma agonia
E a cidade que tem braços abertos
Num cartão postal
Com os punhos fechados da vida real
Lhes nega oportunidades
Mostra a face dura do mal


Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê


Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê


Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé


Alagados, Trenchtown, Favela da Maré
A esperança não vem do mar
Nem das antenas de TV
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Mas a arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé
Só não se sabe fé em quê
A arte de viver da fé

Com certeza, os versos que mais gosto são os mais repetidos "a arte de viver da fé, só não se sabe fé em quê". Acho que isso traduz muito o brasileiro, essa coisa de termos esperanças sempre, mesmo quando tudo parece desabar. Enfim, deixo aqui essa música ao meu pai, a sua musicalidade (mesmo que tímida), aos seus 44 anos...


















sábado, 17 de agosto de 2013

#25 - Mariô (Criolo)

Bem, para o post do fim de semana escolhi falar sobre o Criolo. O que dizer desse cara, rapper paulistano desde 1989, foi lançar seu primeiro trabalho (Ainda Há Tempo) somente em 2004, e em 2011 lançou o segundo álbum Nó na orelha, que foi o trabalho que garantiu maior notoriedade ao público em geral. Esses são somente fatos biográficos dele, nada muito fora do comum, mas, fui pesquisando a fundo sobre a história dele e vendo entrevistas, percebi que ele não é um cara comum. É um pouco por isso que resolvi falar sobre ele hoje, pois, antes eu realmente não tinha interesse nenhum pela história dos rappers e do hip hop no Brasil e sempre achei muito chato, confesso. Porém, esse foi o cara que me fez parar para pensar um pouco na importância do gênero nas periferias, pois ele fala e trabalha em prol da comunidade dele, bem como muitos outros artistas que nascem de lá.

Ouvindo mais a música dele, percebi que é muito eclético, não está preso a um gênero só, tanto que isso é perceptível pela maneira como ele alia o rap a tantos outros estilos. Essa mente aberta e a maneira iluminada com que ele lida com os assuntos de sua vida são os aspectos que mais me cativam nesse cara. Mariô é uma música composta em conjunto com Kiko Dinucci, grande músico paulistano que eu já comentei aqui quando falei do Passo Torto. O swing da música aliado à batida que é tipicamente do hip hop faz dessa canção uma bela "misturança". Creio que é isso que a música brasileira independente está procurando hoje, essa quebra quase que tropicalista e destemida dos dogmas e das tradições. Criolo caminha, e essa música é um exemplo, na linha tênue de sua própria formação de rapper e suas outras influências da música brasileira.

Bem, eu acredito que a música desse cara fala muito mais do que eu aqui balbuciando besteiras aos ventos, portanto fico por aqui deixando a letra e a música dessa mente iluminada. Até amanhã e um abraçaço!

Ogum adjo, ê mariô
(Okunlakaiê)
Ogum adjo, ê mariô
(Okunlakaiê) [8x]

Antes de Sabota escrever "Um Bom Lugar"
A gente já dançava o "Shimmy Shimmy Ya"
Chico avisara "a roda não vai parar"
E quem se julga a nata cuidado pra não quaiar

Atitudes de amor devemos samplear
Mulatu Astatke e Fela Kuti escutar
Pregar a paz, sim, é questão de honra
Pois o mundo real não é o Rancho da Pamonha

E pode crer, mais de quinhentos mil manos
Pode crer também, o dialeto suburbano
Pode crer a fé em você que depositamos
E fia, eu odeio explicar gíria

Tenho pra você uma caixa de lama
Um lençol de féu pra forrar a sua cama
Na força do verso a rima que espanca
A hipocrisia doce que alicia nossas crianças

Eu não preciso de óculos pra enxergar
O que acontece ao meu redor
Eles dão o doce pra depois tomar
Hoje vão ter o meu melhor

Eles pensam que eu vou moscar
Mente pequena... eu tenho dó!
Eu não preciso de Mãe Diná
Pra saber que é o seu pior

Ogum adjo, ê mariô
(Okunlakaiê)
Ogum adjo, ê mariô
(Okunlakaiê)


#24 - Nossa (Julio Moraes e Ylana Queiroga)

Hoje acordei meio piegas. Pois é, hoje conseguirei, finalmente, periodizar minhas postagens, portanto, farei esse primeiro post relativo a sexta-feira e o segundo relativo à sábado (hoje). Digo que acordei piegas, pois a música que apresento agora é um retrato desse sentimento. Encontrei ela perambulando pelo facebook e lá na página da Musicoteca (acho que já comentei sobre esse site aqui) encontrei o vídeo dessa música.


Bem, começando do começo, eu nunca nem tinha ouvido falar dessas duas figuras. Pesquisando um pouco mais, descobri que Julio Moraes é um pernambucano de Olinda que lançou nesse ano seu primeiro disco Pra que você me veja e Ylana Queiroga, outra pernambucana que está lançando, também em 2013 seu trabalho homônimo de estreia.  A cantora explora mais o lado da interpretação, sendo que todas as faixas de seu álbum são canções de outros artistas, em sua maioria pernambucanos, como Alceu Valença e Nação Zumbi. Já Julio é mais o tipo compositor, começou a produzir seu disco de maneira independente em sua casa e foi incrementando ele com outros instrumentos por meio de amigos.

Nossa, de início, me chamou a atenção pelo título, fiquei pensando no que aquilo significava e resolvi ouvir a música para tentar entender. A música, pelo que pude pesquisar, é composição conjunta dos dois músicos e faz parte do disco de Julio Moraes. Ouvi uma versão somente com a voz dos dois e um violão, infelizmente não encontrei outra versão para comparar, portanto, tudo que sei sobre ela é o que ouvi nessa audição. A princípio o que mais me cativou, como sempre, foi a simplicidade. Mas, creio que o ponto alto dela é a letra e sua pieguice. Hoje mesmo estava conversando com uma amiga amante de sucrilhos sobre essa coisa de ser piegas e não ter problemas com isso e, no fim das contas, acabo sempre caindo na realidade de que sou piegas e canções que expressam isso acabam me cativando mais. A letra, principalmente no verso  'quem mandou caber em mim?', é toda interessante, intrigante, não sei explicar de outra forma. Veja lá:

Queria ser só
Queria ser só sua
Queria ser sol
Mas vivo aos pés da lua
Queria ser mais
Só posso ser eu
Tô encontrando tudo que você perdeu

Devia ser nós
Devia nossa jura
Devia de cor
Vestir minha pela nua
Devia ser paz
E não esse breu
Tô entendendo tudo que aconteceu

Longe tudo o que pesa
Quem mandou caber em mim?
Morde ou senão prenda
Teima e não tem fim


A canção tem um clima bem gostoso de ouvir, sem falar das vozes deles que casam perfeitamente. Enfim, é bacana ouvir um pouco do que a cena pernambucana está produzindo, até porque ela sempre foi muito forte e presente da música brasileira. Bem, é isso. Até mais!

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

#23 - Maná (Rodrigo Amarante)

Hoje acordei animada. Junto com essa animação trombei com o som que vou apresentar hoje. É o novo single do Rodrigo Amarante, para quem não sabe, (ex)integrante do Los Hermanos, compositor de grandes hits como Último Romance e o Vento. Bem, a música de hoje Maná é o primeiro single de sua carreira solo. O Los Hermanos anunciou seu recesso por tempo indeterminado em 2007 e desde então Amarante não havia lançado algo só seu e agora em 2013 ele lança Cavalo, seu álbum solo que está em turnê nos EUA e vai passar pelo Brasil por esse mês aí.

Vou ser curta e grossa: a música é de mais! Haha, realmente me surpreendeu. Não sou seguidora assídua do trabalho dele, pois quem conhece bem o trabalho do cara sabe que ele lançou outra versão da mesma música em 2008, porém, como para mim é uma canção totalmente nova, fiquei feliz e surpreendida pelo som que ele apresentou. Maná é um samba rock muito swingado, daqueles que dá vontade de levantar da cadeira e dançar, a letra é super simples e curtinha, da mesma forma que a canção. A linha do baixo, as percussões junto com a bateria, as vozes, e, claro, a guitarra do Amarante, formam um conjunto muito gostoso de ouvir. Não consegui encontrar o resto do álbum para ouvir, por isso fico na expectativa de ouvir o que ele andou aprontando por esses tempos! Olha só o que eu estou falando!

Êeeeeee Manáa
Hoje o ponto é pra cura de amor
Êeeeeee Manáa oOmar
Hoje a dança te quebra o feitiço
Deixa a porta bater, Deixa o vento levar
Quem não desce a ribeira, não chega no mar
O amor é coragem é feitiço da sorte
Mas o ponto mais forte é saber se amar
Êeeeeee Manáa
Hoje o ponto é pra cura de amor
Êeeeeee Manáa oOmar
Hoje a dança te quebra o feitiço




quinta-feira, 15 de agosto de 2013

#22 - Pra Declarar Minha Saudade (Maria Rita)

Na postagem anterior comentei que assisti dois documentários com meu pai hoje e um deles foi sobre o Arnaldo Antunes, que acabou inspirando a música referente à terça-feira. O outro documentário é sobra Maria Rita. O que falar dela? Confesso que sou muito apaixonada por essa figura, falem o que quiser, mas eu casaria com ela! Haha, viagens a parte, essa cantora é simplesmente a filha de um ícone da música popular brasileira: Elis Regina. Maria Rita tinha apenas 4 anos quando sua mãe morreu, mesmo assim, ouvindo sua voz, podemos identificar claramente que ela é cria da mãe que tem. Além da voz e alguns trejeitos, Maria Rita tem um bom gosto incrível para escolher as canções que vão compor seus trabalhos. Ela é intérprete e não se aventura na composição, mesmo assim, isso não diminui nem um pouco a artista que é. 

Escolhi a canção Pra declarar minha saudade do disco Samba meu (2007). É o terceiro trabalho dela e apresenta uma estética bem diferente da que ela vinha abordando anteriormente: o samba. Gosto muito dos dois primeiros trabalhos dela e quando vi que o terceiro seria um samba confesso que fiquei um pouco receosa. De fato, acabei não gostando tanto na época e deixei de lado. Hoje, quando me deparei com o desafio de achar uma música dela que eu não tenha ouvido, recorri a esse disco. Para minha surpresa, percebi que o fato dela ter mudado tanto sua direção musical não significava que o som estava pior ou que ela tinha se rendido a algo mais comercial. Hoje ouço Samba meu com outro espírito, prestando mais atenção, gostando mais! Pois bem, escolhi a música em questão por ser mais calminha, tem apenas 1:40, ou seja, é uma sambinha bem calmo e singelo. Fala sobre saudade, mágoa, distância, mas de uma forma super leve, combinando muito com a voz da cantora. Andei pesquisando e descobri que a música é composição de Arlindo Cruz com Jr. Dom. Coisa linda! Olha só a música e a letra!


fiz uma canção
pra declarar minha saudade
do tempo em que a alegria dominou
meu coração
eu era bem feliz
mas desabou a tempestade
levando um lindo sonho
pelas águas da desilusão

eu fiz uma canção
pra declarar minha saudade
usei sinceridade que me dá
certeza que você
quando ouvir o meu cantar
vai se lembrar que deixou
do lado esquerdo do meu peito
essa dor
que tá difícil de curar

tenho certeza que você
de onde ouvir
meu soluçar em forma
de uma canção
vai se lembrar
que o nosso amor é tão bom
e que pra sempre vai durar


Simples e singelo, como é Maria Rita. Como já disse, gosto muito dela, sou hiper suspeita para falar sobre ela, acabo sempre caindo para meu juízo mais sentimental e pessoal, pois tenho um apego muito grande pelas músicas que ela canta. Mesmo assim, quis deixar aqui um pedacinho dela no meu blog. Então é isso! Até!




 

#21 - Saiba (Arnaldo Antunes)

Visitando meus pais nas férias eu acabo caindo sempre nas mesmas rotinas já faz algum tempo. Não me refiro a isso como algo ruim, pelo contrário, gosto muito da ideia de que ao voltar para casa existe a sensação que as coisas são as mesmas. A diferença é que envelhecemos e cada um desses eventos cotidianos nos moldam de forma diferente de acordo com os anos que passam. Um desses eventos que eu falo é o costume que meu pai tem de sentar no sofá e assistir algo referente à música. Sempre que eu venho para casa ele coloca um show, documentário, entrevista, enfim, coisas que tem relação com nossos gostos em comum e me chama para assistir junto. No post do dia dos pais eu comentei que ele foi uma pessoa muito importante no sentido de me moldar musicalmente. Pois bem, essa é uma das maneiras que ele encontrou, mesmo que inconscientemente, de me mostrar coisas que ele gosta e acha interessante. Hoje ele me chamou para assistir dois documentários de duas figuras totalmente diferentes mas que sempre admirei muito. Foi inspirada nesse fato que resolvi falar de Arnaldo Antunes. 



Como muitos sabem, Arnaldo Antunes fez parte dos Titãs por muito tempo, sempre sendo aquela figura esquisita, porém, carismática que cativou desde o início o público dos caras. No próprio documentário Tony Bellotto (guitarrista dos Titãs) comenta que tanto o Arnaldo, quanto o Branco eram duas figuras estranhíssimas que formaram a imagem da banda. Meu pai sempre me mostrou as músicas dos Titãs e eu cheguei a ir em um show, tanto da banda quanto da carreira solo do Arnaldo. Ambos são shows super enérgicos, porém de maneiras diferentes. Arnaldo Antunes tem uma forma única de se mover no palco, é algo muito incrível e eu gosto de mais, pois não é forçado ou coreografado, é simplesmente ele e ponto. Ele também se destaca pelo talento de ser um exímio letrista e poeta, dono de uma voz grave que é sua marca registrada.

Poxa Xim, vamos parar de pagar pau e falar da música? Vamos! Pois bem, essa canção eu descobri por acaso no documentário que estava assistindo e foi a última música que ele cantou naquele programa. Cantou sem acompanhamento nenhum, só sua voz. Achei muito bonito. No início tive a impressão de ser uma canção de ninar, talvez pelo padrão rítmico e a melodia que sempre se repete. Talvez possa ter sido essa a intenção dele, misturando essa estética quase que infantil para uma letra um pouco mais séria. Creio que o foco aqui realmente é a letra mesmo. A maneira como ele constrói as rimas e ao mesmo tempo a ideia da música é genial, sempre com uma densidade poética invejável. Veja só:


Saiba: todo mundo foi neném
Einstein, Freud e Platão também
Hitler, Bush e Sadam Hussein
Quem tem grana e quem não tem

Saiba: todo mundo teve infância
Maomé já foi criança
Arquimedes, Buda, Galileu
e também você e eu

Saiba: todo mundo teve medo
Mesmo que seja segredo
Nietzsche e Simone de Beauvoir
Fernandinho Beira-Mar

Saiba: todo mundo vai morrer
Presidente, general ou rei
Anglo-saxão ou muçulmano
Todo e qualquer ser humano

Saiba: todo mundo teve pai
Quem já foi e quem ainda vai
Lao Tsé Moisés Ramsés Pelé
Ghandi, Mike Tyson, Salomé

Saiba: todo mundo teve mãe
Índios, africanos e alemães
Nero, Che Guevara, Pinochet
e também eu e você


Arnaldo Antunes acaba sendo, para mim, uma figura muito importante, principalmente porque ele faz parte da minha história pessoal, muitas canções dele me acompanharam e minha admiração por toda essa estranheza dele é algo muito grande. Acho que ficou bem claro isso por aqui, né? Bem, é isso! Até!












 

#20 - Majesty (Warpaint)

Hoje acordei meio nostálgica. Dando continuação à enxurrada de postagens, hoje é segunda-feira, supostamente, portanto, falarei de mais uma música nova. Warpaint foi apresentada a mim por um amigo que mandou outra música (Billie Holiday) e que eu tive a oportunidade de ouvir há mais ou menos um mês atrás. Ao contrário do que alguns amigos andaram comentando (mais precisamente a Sil), estou cumprindo sim o desafio e escrevendo somente de músicas novas! Hahah, exceto nos fins de semana, como explicado. Dito isso, vou falar um pouco da primeira banda só de meninas que estou postando aqui!


A banda foi formada em Los Angeles em 2004, tem como integrantes centrais as guitarristas e a baixista, sendo que a baterista está em constante mudança. O estilo delas, pelo que ouvi até agora, passa por um rock mais experimental, muito diferente das bandas femininas mais icônicas que tendem muito para o punk. Logo de cara as músicas apresentam um caráter super melódico das guitarras e das vozes. Este é um ponto que se destaca nessa banda, elas se utilizam muito das vozes femininas, o que dá no som um ar muito leve e diferente do que ouvimos normalmente. 

A canção de hoje começa justamente com a junção desses dois elementos que comentei: guitarra melódica com as vozes. Majesty trabalha com a formação de vários riffs do baixo que entra após a introdução que comentei. Enfim, é uma canção super simples com um climão calmo mas intenso ao mesmo tempo (?!). Enfim, segue abaixo a letra!

When I held your hand, when I held your hand,
When I helped you, when I held your hand,
You still went the other way and you wanted me to stay,
With my arms stretching away, with my arms stretching away.
I couldn't stand that sight 'cause I adored your face.
I adored your face.

Could it be that I'm the same?
Could it be I'm your mirror,
Showing you all those things that you never wanted to face.
So you let me slip away,
You just watched me walk away,
And I just have to ask, do you know your fate?
Do you know your fate?

Could it be that I'm your...
Could it be that you are my...
Majesty.

When it all comes back, when it all falls into place,
Could it be that I don't want it anyway?
Could it be as sad as that?
There was a day we used to laugh and I wanted you by my side,
The perfect match,
I want to understand it,
The perfect match.

Could it be that I'm your...
Could it be that you are my...
Majesty.

You could've been my king



Bem, é isso! Recomendo a audição da outra música que comentei aqui também, para quem curte esse tipo de som com certeza vale a pena! Até!

terça-feira, 13 de agosto de 2013

#19 - Espelho (João Nogueira)

Seguindo a linha, hoje seria domingo, ou seja, dia dos pais! Resolvi homenagear meu paizinho hoje com uma das canções mais bonitas do gênero: Espelho de João Nogueira. Não vou falar muito, creio que a letra dessa canção fala por si só. Creio que a maioria deve conhecer o filho desse compositor o João Nogueira, que acabou virando sambista com uma bela voz, muito parecida como a de seu pai. É de emocionar vê-lo cantar esta música até hoje. Meu pai sempre gostou de samba, já comentei aqui, e grande parte do respeito que tenho pela música brasileira é graças a ele. Creio que nunca cheguei a falar abertamente isso para ele, já que é japonês e tem a tendência de ser um pouco fechado. Mesmo assim sempre foi um homem bom e tenho muita sorte de tê-lo na minha vida.  Bem, eis a letra de hoje:

Nascido no subúrbio nos melhores dias
Com votos da família de vida feliz
Andar e pilotar um pássaro de aço
Sonhava ao fim do dia ao me descer cansaço
Com as fardas mais bonitas desse meu país
O pai de anel no dedo e dedo na viola
Sorria e parecia mesmo ser feliz

Eh, vida boa
Quanto tempo faz
Que felicidade!
E que vontade de tocar viola de verdade
E de fazer canções como as que fez meu pai (Bis)

Num dia de tristeza me faltou o velho
E falta lhe confesso que ainda hoje faz
E me abracei na bola e pensei ser um dia
Um craque da pelota ao me tornar rapaz
Um dia chutei mal e machuquei o dedo
E sem ter mais o velho pra tirar o medo
Foi mais uma vontade que ficou pra trás

Eh, vida à toa
Vai no tempo vai
E eu sem ter maldade
Na inocência de criança de tão pouca idade
Troquei de mal com Deus por me levar meu pai (Bis)

E assim crescendo eu fui me criando sozinho
Aprendendo na rua, na escola e no lar
Um dia eu me tornei o bambambã da esquina
Em toda brincadeira, em briga, em namorar
Até que um dia eu tive que largar o estudo
E trabalhar na rua sustentando tudo
Assim sem perceber eu era adulto já

Eh, vida voa
Vai no tempo, vai
Ai, mas que saudade
Mas eu sei que lá no céu o velho tem vaidade
E orgulho de seu filho ser igual seu pai
Pois me beijaram a boca e me tornei poeta
Mas tão habituado com o adverso
Eu temo se um dia me machuca o verso
E o meu medo maior é o espelho se quebrar


A música, ao pé da letra, não faz parte da minha realidade, porém, o tamanho da admiração que João Nogueira quis demonstrar com sua música é mais ou menos o que explica a minha pelo meu pai. Morar longe dele fez aumentar esse sentimento que tenho e o amor que sinto. Hoje eu deixo essa música ao meu amigo, meu palhaço, meu companheiro dessa vida, o homem da minha vida, meu pai! 




#18 - Cidadão (Passo Torto)

Bem, como hoje, em meu calendário hipotético, é sábado, vou falar sobre mais uma música que é conhecida minha há algum tempo. Hoje resolvi falar sobre um grupo de compositores que resolveram se juntar e formar um dos grupos independentes de SP mais bem conceituados e com um som que, na minha opinião, é uma das coisas mais bacanas que vem acontecendo na cena musical brasileira. O Passo Torto, composto por Kiko Dinucci, Rômulo Fróes, Rodrigo Campos e Marcelo Cabral, tem dois trabalhos lançados, sendo que seu último, Passo Elétrico foi lançado esse ano. 

O som dos caras, no primeiro álbum ( chamado Passo Torto), foi todo construído com base em violões, contrabaixo e cavaco. Essa configuração acústica foi muito importante para consolidar um estilo que é só deles. Já no segundo trabalho eles passam para outra textura colocando sons elétricos, principalmente da guitarra para incrementar o som. Pessoalmente, sou mais fã do primeiro trabalho, muito por sua simplicidade, pelo som econômico e as letras.

Cidadão é um retrato urbano do cara que vive em São Paulo, de seus tormentos, do dia a dia, de tudo que compõe  a vida dessa figura do cotidiano. Esta é uma característica muito forte dos caras que abordam muito a vida cotidiana em suas letras, falando sobre bairros da cidade de SP, falam de prédios, metrôs, enfim, nos mergulham na realidade das pessoas que vivem lá. Olha só a letra:

Cidadão, esquizofrênico, rondando na periferia
Às vezes lúcido, infeliz, conforme a luz, conforme o dia
Ouvindo vozes na cabeça, ouvindo dylan
Vendo rock in roll passar
Cidadão, esquizofrênico, parado em frente ao boteco
De galocha, na avenida principal, pedindo um teco
Ouvindo um samba na cachola, ouvindo um rap
Vendo bruce lee voar
Meu bairro nunca foi igual ao bairro de nenhuma história
E tem seu próprio carnaval, um cidadão nunca vai ser igual
Cidadão, esquizofrênico, correndo no jardim valquíria
Ansioso, a noite toda, procurando a luz do dia
Estudando um passo torto, um samba, um rap
Um rock pra se orientar
Cidadão, esquizofrênico, morando na periferia
Às vezes lúcido, feliz, conforme a luz, conforme o dia
Ouvindo um rock na cabeça, ouvindo um chip
Vendo james dean dançar
Meu bairro nunca foi igual ao bairro de nenhuma história

E tem seu próprio carnaval, um cidadão nunca vai ser igual




A maneira como eles trabalham o som também é algo muito interessante e que eu gosto muito. A música começa com uma espécie de diálogo entre cavaquinho e violão onde um complementa a melodia do outro tornando-se um só. O Passo Torto tem a característica de bolar melodias muito bonitas que acompanham a canção todo o tempo. A junção desses quatro talentos é o que faz o Passo Torto ser o que é. Bem, acho que já babei ovo de mais dos caras né! Creio que é isso! Até!




#17 - Sim (Cacá Machado)

Cacá Machado, grande figura da música paulista. O cara não só é músico, como acadêmico, faz trilhas entre outros trabalhos artísticos. A música que irei comentar hoje é de um disco chamado Eslavosamba, título que faz menção aos Afro-sambas de Baden Powell. Bem, eu estava demorando para falar sobre algum samba por aqui.

Este é um gênero que sempre tive contato principalmente por causa de meu pai. Japonês nascido no Paraná, você deve se perguntar, o que essa figura tem a ver com o samba? Haha, por algum tempo, pelo menos eu, indaguei isso. É inevitável fugirmos do samba, em todas as suas formas variadas hoje em dia. Até mesmo a Bossa Nova que veio, há tanto tempo atrás, como um novo gênero acabou encontrando no samba sua raiz primária. Meu pai sempre ouvir os grandes clássicos, aqueles como Zeca Pagodinho, Fundo de Quintal, Demônios da Garoa, etc. Pois bem, o samba que apresento hoje é novo, fresco, desapegado a velhos paradigmas implantados em nossos ouvidos. A batida continua lá, incessantemente, o cavaquinho, a levada. Tudo isso continua, o que muda é aquele tempero "moderninho", elétrico.

A música de hoje é a abertura do disco e já começa com uma linha de baixo que lembra Baden, já citado anteriormente. É então que a grande voz de Elza Soares entra como um grande baque em nossos ouvidos. Uma das participações do disco, a cantora dá um colorido todo especial à canção que segue com uma guitarra que comenta em vários momentos.

Esse som faz parte de uma gama bem grande de músicos que estão surgindo em São Paulo, principalmente na capital. Não há medo de misturar samba, rock, afoxé, entre tantos outros ritmos que fazem parte de nós, juntando uma temática urbana, crua e, muitas vezes, cruel. Bem, provavelmente apresentarei por aqui outros caras que seguem essa mesma linha. Fiquei feliz em ter encontrado mais esse essa semana! Bem, é isso! Até!

#16 - Torcicolo (Apanhador Só)

Hoje acordei em um lugar totalmente diferente. Pois é, depois dessa correria de fim de semestre, cheguei aqui na minha cidade natal, na casa da minha mãezinha e de meu pai. Finalmente poderei escrever tranquilamente, sem mil pessoas falando a minha volta ou trabalhos me atormentando!
Procurando mais informações sobre a banda de hoje, deparei-me com o termo "indie rock", bem, hoje em dia essas palavras em conjunto perderam um pouco seu significado, passando a se referir a um estilo de música, muito mais do que ao fato da banda fazer rock "independente". Lendo a história do Apanhador Só, acho que é justo cunhar o termo indie rock para esse caso em especial, considerando que eles são sim uma banda de rock que trabalha de forma independente para gravar e divulgar seu trabalho. Creio que esse é um dos pontos mais interessantes dos caras.
A primeira vez que ouvi a banda estava na casa de um amigo que, coincidentemente, conhece os caras da banda, já que ele e os meninos do Apanhador Só são de Porto Alegre. Ele me mostrou um disco chamado "Acústico Sucateiro", trabalho lançado em 2011. O interessante é que este disco foi feito com versões das músicas do disco anterior, porém, em formato acústico, em que os caras utilizaram inúmeros objetos aleatórios do dia a dia, como ralador de queijo, por exemplo, para compor a sonoridade do trabalho. Outra curiosidade é que esse álbum foi lançado em um formato quase que extinto: a fita cassete. É, vantagens da música independente! 
A música que apresentarei hoje é do último trabalho deles, chamado Antes que tu conte outra. Procurando por gravações de Torciloco no youtube, deparei-me com duas versões bem diferentes da mesma canção. Uma com uma textura mais agitada e outra mais calma, com uma levada quase reggae. Olhando a data da publicação, essa última versão que comentei parece ser mais antiga, quanto que a mais agitada é a que está no disco atual dos caras. Deixarei aqui as duas para fins de comparação! Esta primeira é a mais antiga: 





E esta é a mais nova: 

 

E essa é a letra:
 

Colchão pequeno,
torcicolo,
cotovelo na costela, pé gelado debaixo da coberta 

Meu benzinho, eu não vejo a hora de ir embora
vestir a roupa, ir no banheiro e dar no pé feito um idiota
Garganta seca,
gole d’água, frio na espinha e mão suada
tapa errando o mosquito e não a orelha
Meu benzinho, tu é um amor, mas tô pensando em cair fora
achar a chave, abrir a porta e dar no pé feito um calhorda



Pois bem, duas versões totalmente diferentes, algo que, ao meu ver, é muito bacana. É sempre bom inovar e transformar canções mais antigas em algo diferente, sob um novo olhar. Eu gosto mais da versão antiga e, não sei, creio que, por mais que a versão de estúdio pareça ser mais bem trabalhada (obviamente), ela acabou caindo muito para o pop. Quanto a letra, achei muito bacana, um simples retrato do "calhorda" mesmo, talvez porque, este seja um retrato de uma situação que muitos já passaram haha. 

É isso pessoas. Tenho mais algumas músicas para escrever, portanto, até daqui a pouco!

PS.: olha que belezinha a capa do último trabalho dos caras!

Hiato

Nos últimos 6 dias acabei deixando de postar por alguns motivos, em sua maioria devido à entrega de trabalhos, em geral, coisas da faculdade. Bem, acabei fazendo uma quebra muito grande da continuidade do desafio, portanto, terei que postar uma enxurrada de músicas todas de uma vez. Mesmo assim, espero que isso não prejudique a beleza de todo esse desafio que, no fim das contas, é conhecer coisas novas todos os dias. Então é isso, vamos à escrita! 

Obs.: as postagens referentes ao sábado e domingo farei da mesma forma que no fim de semana anterior!

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

#15 - Youth (Matisyahu)

Hoje acordei sem norte. É a segunda vez que começo a escrever esse texto e mudei radicalmente a música que iria comentar. Mesmo assim, agora estou certa de que é ela mesma e que esse músico é muito interessante. Pensa num som reggae/hip hop/rock. Pensou? Agora adiciona judaísmo nessa salada. Isso é Matisyahu! Seu nome na certidão de nascimento está como Matthew Paul Miller, mas no decorrer de sua carreira passou a ser chamado de Mtisyahu, que significa "Dom de Yahu" ou Dom de Deus, em aramaico. 

Fui ler a história dele e vi que é muito interessante, resumindo bem superficialmente, ele começou a estudar a religião judaica muito cedo, por influência da família, mas sempre encontrou problemas, muitos deles por atitudes mais "rebeldes" e interesses com outros assuntos que não aquele. Aos 17-18 anos mudou-se para o Colorado e teve uma espécie de 'revelação' e, a partir disso, decidiu correr atrás dos ensinamentos que o judaísmo poderia trazer em sua vida. Depois disso o menino Matthew resolveu entrar em contato outro assunto que trazia tanto interesse quanto: a música. Foi a junção desses dois elementos que fizeram com que ele criasse essa estética super peculiar para o público.

A música em questão eu achei no facebook, numa postagem que vi de relance e fiquei curiosa para ouvir o som daquele cara barbudo vestindo a Kipá (aquele chapeuzinho que os adeptos ao judaísmo usam). Pois bem, o som surpreendeu, tanto quanto a marra do cara em misturar dois elementos que são tão distintos e cantar como um autêntico rapper no clipe. A letra também é muito legal, com o próprio título Youth já resume, ela fala basicamente da juventude e de como ela deve se manter firme em suas convicções. Creio que é uma mensagem bacana, não só pra molecada. Olha só o que ele diz:


Some of them come now
Some of them running
Some of them looking for fun
Some of them looking for a way out of confusion

Some of them don't know what to be
Some of them don't know where to go
Some of them trust their instincts
That something's missing from the show

Some don't fit society
Insides are crying low
Some of them teachers squash the flame
Before it had a chance to grow

Some of them embers do glow
Them charcoal, hushed and low
Some of them come with the hunger suppressed
Not fed
Them feel a death blow

Young man, control in your hand
Slam your fist on the table and make your demand
Take a stand
Fan a fire for the flame of the youth
Got the freedom to choose
Better make the right move
Young man, the power's in your hand
Slam your fist on the table and make your demand
You gotta make the right move

"youth is the engine of the world"
"youth is the engine of the world"

Storm the halls of vanity
Focus your energy
Into a laser beam
Streaming shattered light
Unites to pierce
Between the seams
And it seems
In a world open
Peering, the children see
Rapid fire for your mind
The "truth" is just a lie
They rub me the wrong way
Then say their way or fall behind
Seven subjects disconnect
Left out the concept as to
Why there's a spiritual emptiness
So them youth can get vexed
Skip class and get wrecked
Filled with beer and cigarettes
To fill the hole in their chest!

Got the freedom to choose
Better make the right move
Got the freedom to choose

Young man, control in your hand
Slam your fist on the table and make your demand
Take a stand
Fan a fire for the flame of the youth
Got the freedom to choose
Better make the right move
Young man, the power's in your hand
Slam your fist on the table and make your demand
You gotta make the right move

"youth is the engine of the world"
"youth is the engine of the world"
"youth is the engine of the world"
"youth is the engine of the world"
"youth is the engine of the world" 




 Bem, estou umas duas horas atrasada, correrias e afins me fizeram perder mais esse dia. Mas, como ainda não dormi, darei um desconto para mim mesma hoje hahaa. É isso! Até amanhã!


PS.: olha só o que uma barba feita não faz na vida de um homem!! hahaha

terça-feira, 6 de agosto de 2013

#14 - All You Need Is Me (Morrissey)

Hoje acordei com flores e borboletas na barriga. É, penso em Morrissey e lembro de  flores. Bem, pudera, o cara é um ícone do rock/pop/alternativo/britânico dos anos 80, vocalista dos Smiths, dono de uma voz inconfundível e amante das flores hahaha. Piadas a parte, não conheço nada do trabalho solo dele, e dos Smiths conheço somente as músicas que viraram hit, portanto, para mim é uma experiência nova entrar em contato com o som dele. 

A canção de hoje faz parte do último álbum dele: Years of Refusal (2009) e escolhi ela meio que no acaso. Baixei o último trabalho dele justamente para ver o que ele anda aprontando atualmente e me deparei com um som rock n`roll bem a cara dele: esquisitices, crueza e peculiaridade na letra.  Ela começa com um baixo distorcido (posso estar errada) e começa uma sonoridade que é segurada pela banda por toda a música. Fiquei surpresa como é diferente esse novo som dele com a dos Smiths, mas também, passaram bons 30 anos desde que os caras estouraram por aí haha. Gostaria de dar uma atenção à letra agora. Começando com o título que já é, no mínimo, interessante! Bem no fim da música ela se confirma com os versos: "you don't like me, but you love me/either way you're wrong/you're gonna miss me when I'm gon". Não sei por que, mas gostei bastante disso! Não consegui formar uma opinião concreta sobre a letra, só sei que gostei. Ainda bem que o blog é meu e posso me dar, de vez em quando, ao luxo de simplesmente não explicar as coisas. Podem me chamar de preguiçosa, não ligo haha. Bem, saca só o que estou falando:

You hiss and groan and you constantly moan
But you don't ever go away
That's because
All you need is me

You roll your eyes up to the skies
Mock horrified
But you're still here
All you need is me

There's so much destruction
All over the world
And all you can do is
Complain about me

You bang your head against the wall
And say you're sick of it all
Yet you remain
'Cause all you need is me

And then you offer your one and only joke
And you ask me what will I be
When I grow up to be a man
Uhm, nothing!

There's a soft voice singing in your head
Who could this be?
I do believe it's me

There's a naked man standing, laughing in your dreams
You know who it is
But you don't like what it means

There's so much destruction
All over the world
And all you can do is
Complain about me

I was a small, fat child in a council house
There was only one thing I ever dreamed about
And Fate has just
Handed it to me - whoopee

You don't like me, but you love me
Either way you're wrong
You're gonna miss me when I'm gone
You're gonna miss me when I'm gone 








Resolvi deixar aqui a versão ao vivo, pois gosto muito de ver a performance dele e até comparar com coisas mais antigas. Recomendo muito que vejam os antigos clipes dele ou dos Smiths, é muito bacana mesmo! Enfim, falei pouco, mas essa semana está assim, curto e grosso. Semana que vem as férias chegam de verdade e poderei me dedicar decentemente aos textos. Ah, já ia esquecendo, tirei a ideia de falar sobre Morrissey ouvindo a rádio, só para constar! É isso! Até amanhã e um abraçaço!

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

#13 - De Janeiro a Janeiro (Leo Fressato)

Hoje acordei...bem, não importa. O que importa é que estava eu a procura de uma nova música e eis que vejo o primeiro post da musicoteca e me deparo com Leo Fressato. Aí eu olho bem para a foto dele e penso que aquele rosto me é muito familiar. Foi então que lembrei, como um clique, é o cara da Oração! Sim, sabe a Banda Mais Bonita da Cidade?! Grande hit curitibano que virou um sucesso de um dia pro outro? Então, ele é o autor desse hit que virou a Oração e aparece naquele clipe do youtube, sabe? Se não sabe, desculpa, mas você mora em um casulo totalmente isolado do mundo. 

Bem, fui ouvir o disco do cara, Canções para o inverno passar depressa, procurando conhecer um pouco mais sobre ele. É, sabe aquela sonoridade meio Marcelo Camelo/Mallu Magalhães e cia? Bem, foi mais ou menos isso que pensei no momento que ouvi as canções dele. São todas muito bem produzidas e os arranjos são muito bacanas. Mesmo assim, não sei, achei tudo um pouco "aguado" de mais, é a mesma opinião que tenho sobre a banda mais bonita...chegou a ser meio complicado escolher uma música, mas ouvindo a de hoje, não tive dúvidas que deveria ser ela. De Janeiro a Janeiro. 

Ela vem em um climão de baião com uma flauta transversal fazendo "comentários" por toda a música. A letra também é interessante, ainda mais para os curitibanos. A parte que diz "é que eu vim de longe, eu vim lá do Sul/e lá o povo chora o dia inteiro/é por isso que chove, que tudo mofa..." Acho que dá para ter uma noção do que ele está falando. Mesmo assim, a música é um grande cortejo à nordestina, àquela beleza mais quente, enfim, ao oposto desse nosso Sul (sem querer desmerecer a beleza da mulher do sul hahaha).

Enfim, gostei da música, mesmo achando que ela acaba caindo naquele lugar comum de "Marcelos Camelos", que, por mais que seja um baita artista, as vezes cai numa mesmice que poderia ser "apimentada" com um algo a mais. Não sei explicar exatamente o que, o que me faz ser aquelas pessoas que criticam sem dar uma solução. Bem, foi mal, mas é nesse clima que estou hoje hahaha. É isso, como a música ainda não está no youtube, deixarei o link da musicoteca para todos poderem baixar e ouvir: http://www.amusicoteca.com.br/?p=8348. Boa tarde, até amanhã e um abraçaço! 


#12 - Dosed (Red Hot Chili Peppers)

Hoje acordei meio atrasada. Ontem falhei novamente em postar, mesmo assim, hoje vou fazer duas postagens, uma correspondente para cada dia. Como "hoje" ainda é domingo, falarei de outra música que, para mim, tem grande significado, e isso é algo que foi mudando conforme o tempo foi passando. Como assim, Xim? Então, lá pelo terceiro dia falei sobre Venice Queen, outra música do Red Hot que faz parte do álbum chamado By The Way de 2002. Comentei também que esse era meu álbum preferido dos caras e que eu achava que conhecia muito bem ele. A música de hoje, Dosed, é uma das minhas preferidas desse disco. Por isso escolhi ela para hoje. 

Fico tentando lembrar quando foi a primeira vez que ouvi essa música e, sinceramente, não consigo. Só sei que faz muitos anos e eu lembro que foi amor à primeira audição, digamos assim. Comentei que minha relação com ela foi mudando, pois de início, meu pensamento de adolescente com "síndrome do underground" me fazia pensar que eu era o máximo por conhecer uma música dos caras que não é tão conhecida pelo grande público e tal. Haha, é ridículo, eu sei, mas esse foi meu primeiro contato com ela. Isso e o fato de que ela é uma canção muito bonita, as linhas da guitarra e as vozes, para mim, são o ponto alto dela. Em um segundo momento, depois que essa fase passou, voltei a ouvi-la lá por 2010. Já estava morando em Curitiba e comecei a querer tocar ela também. Peguei a cifra e combinei com o Dhanho (meu amigo do post de "ontem" ), para tocarmos ela com as duas vozes e dois violões. É muito engraçado como nossa relação com uma canção pode mudar de acordo com nossas vidas e a fase que estamos vivendo. Aquela época foi muito boa, eu e Dhanho já tocávamos umas 25 músicas dos beatles hahaha, estávamos gravando vídeo e afins, enfim, foram bons tempos aqueles! Por fim, tive meu terceiro contato com ela, esse ano. Por um lapso de boa memória resolvi passar ela para a Sil (coincidentemente a amiga que me passou Venice Queen para ouvir), pois a gente tem estudado violão juntas (não gosto de falar que estou dando aula para ela, já que, com certeza, estou aprendendo mais com ela do que ela comigo hahaha), e achei que seria uma música interessante para conhecermos. Ela, felizmente, quis aprender a tocar e eu voltei a tirá-la. Dessa vez consegui ter um terceiro tipo de olhar para ela, a Sil ia me mandando covers de uma galera no Youtube e eu fui abrindo minha cabeça para outras versões. No fim, fizemos uma pequena "cópia" de uma versão dos "Primos da Cida", uma banda brasileira (deixarei o link do vídeo aqui) que fez a versão do vídeo que eu e Sil gravamos. Sim! Nós temos um vídeo no youtube e eu vou deixá-lo aqui também caso alguém queira ouvir. 

Bem, falei bastante sobre minha história com Dosed, vou falar um pouquinho sobre a música em si. A primeira coisa que me cativou foi a guitarra da introdução. Na realidade, se ouvirmos atentamente, podemos ouvir três linhas diferentes de guitarra. A junção das três formam uma camada de timbres muito forte. A segunda coisa que chamou minha atenção foram as vozes. Já falei por aqui que acho que Frusciante manda muito bem na segunda voz, e nessa música ela entra muito forte. Isso tira um pouco daquela noção que temos da segunda voz de duplas de sertanejo que é totalmente passiva e igual toda a música. No caso de Dosed podemos ouvir, em alguns momentos, que a segunda voz é algo independente da primeira, muitas vezes recebendo o tratamento de uma voz principal. Ficou muito confuso? Hahaha, creio que ouvindo a música atentamente fica mais fácil de entender isso. 





 Acho que é isso, gente. Partirei para o segundo post de hoje. Deixarei o vídeo e a letra aqui em baixo para quem quiser ouvir e tal. Até mais e um abraçaço!!


 


I got dosed by you
Closer than most to you
What am I supposed to do?
Take it away I never had it anyway
Take it away and everything will be
Okay

In you a star is born
You cut a perfect form
Someone forever warm
Lay on, lay on, lay on, lay on
Lay on, lay on, lay on, lay on


Way upon the where she died
All I ever wanted was your
Deep inside the I can't hide
All I ever wanted was your life

Show love with no remorse
Climb on to your sea horse
This ride is right on course
This is the way I wanted it to be with you
This is the way I Knew that it would be with you.

Lay on, lay on, lay on, lay on
Lay on, lay on, lay on, lay on

Way upon the mountain where she died
All I ever wanted was your life
Deep inside the canyon I can't hide
All I ever wanted was your life. 


 

sábado, 3 de agosto de 2013

#11 - Blackbird (The Beatles)

Hoje acordei com novidades. Lá na primeira postagem comentei que não iria falar sobre músicas que conheço há mais de uma semana, caso você não tenha lido pode conferir aqui. Pois bem, venho planejando desde o início usar os fins de semana para as músicas que me são queridas, um pouco para aliviar a busca de novos sons, já que serão mais de 300 músicas novas, e também porque, dessa forma, vou mostrando aos poucos coisas que passaram pela minha vida. Hoje escolhi Blackbird pela simplicidade e também pelo carinho que tenho por ela.




Comecei a ouvir Beatles mais ou menos como todo mundo. Sempre escutei por aí músicas emblemáticas como twist and shout ou yesterday. Bem, ouvi blackbird pela primeira vez em 2008 por influência de um professor de violão que me ensinou parte da música. Fiquei apaixonada na hora pela delicadeza que ela passa, mesmo sem entender o que a letra estava dizendo. Hoje acredito que é uma das músicas que mais gosto da banda. Ela é importante também pois me remete à lembranças de uma época que tocava músicas dos Beatles com um amigo muito querido para mim, o Dhanho (apelido 'carinhoso' que ele ganhou na casa onde morava). Essa foi, se não me falha a memória, a primeira música dos beatles que tocamos e cantamos juntos. Lembro claramente que foi ele mesmo que me ensinou a tocar o refrão, portanto, ela tem um significado muito grande na minha vida. Foi depois dela que nos reuníamos sempre para tirar novas músicas dos caras, principalmente aquelas menos conhecidas para o público em geral.

Blackbird foi gravada em 1968 por Paul McCartney, faz parte do Álbum Branco, sendo letra e música de sua autoria. Eu nunca havia pesquisado o significado da letra e hoje descobri que ela tem relação com os conflitos raciais nos EUA. A metáfora do 'pássaro negro' tem relação com uma reportagem que Paul leu sobre a situação da mulher negra no país e fiquei pessoalmente feliz em saber o significado, sempre ouvi e toquei a música tentando imaginar mil coisas. 

Blackbird singing in the dead of night
Take these broken wings and learn to fly
All your life
You were only waiting for this moment to arise.

Blackbird singing in the dead of night
Take these sunken eyes and learn to see
All your life
You were only waiting for this moment to be free.

Blackbird fly Blackbird fly
Into the light of the dark black night.

Blackbird fly Blackbird fly
Into the light of the dark black night.

Blackbird singing in the dead of night
Take these broken wings and learn to fly
All your life
You were only waiting for this moment to arise
You were only waiting for this moment to arise
You were only waiting for this moment to arise.



A música é Paul, sua voz, seu vilão e suas batidas de pé no chão do estúdio de gravação. Pronto, essa foi a 'fórmula mágica' que cativou minha atenção desde a primeira audição  Bem, espero que gostem tanto quanto eu gosto dessa musica. E acho que e isso. Amanha volto com mais uma `velharia` de minha vida hahaha. Ate amanha e um abraco!


sexta-feira, 2 de agosto de 2013

#10 - Me Deixe Mudo (Chico Buarque)

Hoje acordei meio esquecida. Fiquei ocupada o dia todo com correrias dessa vida e me vi em uma situação um tanto quanto embaraçosa, agora são exatamente 23h e 20min, fui lembrar ha poucos minutos que não havia postado a canção de hoje. Entre muitas coisas a banda que toco teve o privilegio de ser mencionada na pagina do Facebook por uma das bandas que mais admiro na cena musical atual, chamada Passo Torto. Alem dessa sorte, pude tocar em uma festa/bazar que ocorreu na minha faculdade, outro grande momento. Pelo menos para mim, tudo isso compensa a simplicidade do texto de hoje. Pois bem, mesmo assim, eis que uma das minhas amigas mais queridas me salvou. Emprestou-me o notebook e ainda apresentou uma musica do grande Chico Buarque.
Devido ao pouco tempo que me resta, este sera o post mais curto ate agora. Muito menos do que Chiquinho merece, mas paciência. Esta musica feita com Walter Franco (o fanfarrão da foto que deixei aqui) e soa muito como uma grande brincadeira musical dos dois, com a voz entrando em fade in e saindo em fade out. Sem falar do caráter cíclico da letra, dando um toque 'buarqueano' `a musica. Enfim, eis a letra

Não diga nada
Saiba de tudo
Fique calada 
Me deixe mudo 
Seja no canto, seja no centro
Fique por fora, fique por dentro
Seja o avesso, seja a metade
Se for começo fique a vontade
Não me pergunte, não me responda
Não me procure, e não se esconda


Bem, qualquer musico que se preze sabe a importância de Chico Buarque e sabe muito bem o tamanho de sua genialidade. Deixarei somente a canção aqui, cada um pode tirar sua própria conclusão. Então e isso! Ate amanha e um abraco! 

PS.: música dica da Ju!

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

#09 - House of Cards (Radiohead)

Hoje acordei meio indecisa. Não recebi indicação de música hoje, portanto, fui correr atrás sozinha de uma nova música, algo fresco e desconhecido. Recorri a um site que sempre lança novas bandas e artistas: a Musicoteca, sempre ouço coisas muito legais de lá e procurei sem sucesso por algo que me interessasse genuinamente. Não por culpa do site, mas por culpa de minha indecisão. Mas recomendo muito a musicoteca para quem gosta de novos sons. Foi então que pensei comigo: "bem, se não consigo achar algo 100% novo, vou recorrer a bandas que já conheço e acharei uma música 'nova'". Pois bem, foi com esse intuito que procurei por Radiohead no Youtube e achei a música de hoje. 

Tenho uma história engraçada com Radiohead, pois, por mais que admirasse muito o som dos caras, nunca tinha pesquisado a fundo música por música. Foi só no ano passado que tirei um tempo para ouvir discos emblemáticos como OK Computer e The Bends. Fiquei assustada com a quantidade de canções boas em ambos os trabalhos e fui ouvindo mais. House of Cards é uma canção do sétimo álbum deles intitulado "In Rainbows" (2007). Radiohead foi uma das primeiras grandes bandas a liberar o download deste disco inteiramente grátis, sendo que o comprador poderia escolher pagar o valor que quisesse ou nada. Este foi um grande passo para o marketing da banda, sendo que logo no primeiro dia o disco recebeu por volta de  1,2 milhões de downloads. Logo depois inúmeras bandas seguiram o caminho e liberaram seus trabalhos para download, na tentativa de aumentar o interesse do público na compra do CD físico. 

O que dizer de Radiohead e a canção de hoje? Desde o lançamento do primeiro trabalho deles em 1993 até hoje o som mudou consideravelmente, ao meu ver, para melhor. É claro, não há como comparar Creep, por exemplo, com House of Cards até porque são dois contextos totalmente diferentes da trajetória da banda. Thom Yorke (vocalista, guitarrista, etc) e seu jeito único de cantar é simplesmente embriagante para mim, gosto de mais dessa coisa de quase não conseguir entender o que ele está dizendo, acho que é algo só dele e não vejo como um ponto negativo. A canção desse 9º dia foi um achado bem interessante para mim. Tanto o som quanto o clipe são muito bons. Falarei primeiro da parte sonora. 

A música começa com uma guitarra super leve, num riff que já é "grudento" (no bom sentido) e que se repete muito ao longo da música, entra uma bateria e a voz com um reverb muito acentuado, como se Thom cantasse dentro de uma sala bem grande ou no banheiro hahaha. Brincadeiras a parte, gosto muito das adições de pequenos sons estranhos que eles vão fazendo ao longo da música. Sinceramente, só ouvindo atentamente para entender o que quero dizer. Recomendo muito que ouçam com fones de ouvido, como estou fazendo nesse exato momento. Deixarei aqui a letra para vocês tentarem entender o que o vocalista diz:

 I don't wanna be your friend
I just wanna be your lover
No matter how it ends
No matter how it starts
Forget about your house of cards And I'll deal mine

Forget about your house of cards
And I'll deal mine
Forget about your house of cards
andI I'll deal mine

Fall off the table
Get swept under

Denial, Denial

The infrastructure will collapse From vaulted spikes
Throw your keys in the bowl baby
Kiss your husband good night

Forget about your house of cards
And I'll deal mine
Forget about your house of cards
andI I'll deal mine

Fall off the table
Get swept under

Denial, Denial

Denial, Denial

Your ears should be burning

Denial, Denial

Your ears should be burning 





Bem, quanto ao clipe, a ideia é muito bacana. Todo o clipe foi feito sem nenhuma câmera filmadora, somente com a captação das imagens por lasers, sendo que todo o cenário foi feito com tecnologia 3D. Deixei o vídeo aqui e recomendo também que leiam a descrição do mesmo para entender melhor, caso se interessem! Creio que é isso galera! Espero que gostem da música de hoje, porque eu mesma gostei muito! Até amanhã e um abraçaço!