sexta-feira, 26 de julho de 2013

#03 - Venice Queen (Red Hot Chili Peppers)


Hoje acordei meio desconcertada. Em se tratando de RHCP sempre fui muito suspeita. Conheço os grandes sucessos como a maioria das pessoas, mas, em especial, sempre ouvi mais um disco: By The Way (2002).

 Comecei a ouvir esse disco na adolescência, na época em que as pessoas ainda compravam CDs para ouvir em seus aparelhos. Com certeza é um dos trabalhos mais "deprês" da banda e eu não digo isso de uma forma ruim, falo como um elogio também, pois, pessoalmente sempre tive uma inclinação por canções mais adocicadas ou "escuras". Esse álbum está recheado desse tipo de música e a de hoje, Venice Queen é um grande exemplo disso. Mas aí você se pergunta: "mas por que você acordou desconcertada hoje?", bem, eu no alto da minha arrogância achei que conhecia muito bem esse CD, achei que, sendo o único que realmente ouvi, não havia mais nada de novo para conhecer. Pois bem, hoje (mais precisamente ontem haha), descobri essa "pérola" escondida no álbum. Sim, essa canção é a última do disco e por consequência a anta que vos fala deixou passar batido. Pensei muito se seria justo falar sobre esta canção, pois, é inevitável que alguma vez na vida, há muitos anos, eu tenha escutado ela. Mas aí percebi e refleti que, por vezes, escutamos algo mas não paramos para ouvi-lo. Bem, essa é a lição que estou dando para mim mesma hoje. Nunca subestime as músicas que não são hits de sucesso, você pode encontrar coisas muito preciosas em lugares inimagináveis. Enfim, após essa longa introdução, vamos à música!





Bem, em homenagem à amiga que me indicou a música de hoje, resolvi falar desta versão em especial. O ao vivo tem alguns detalhes diferentes da versão do disco que, na minha opinião, dão um toque especial à música, sem falar que é sempre bacana ver a banda tocar ao vivo. Uma coisa que sempre me fez admirar o RHCP nessa formação é o entrosamento entre os caras. Todos, sem exceção são ótimos músicos, nem preciso citar um por um, pois acho que isso fica muito claro. Hoje o guitarrista (Frusciante) já não está mais na banda, mas é inegável a contribuição que esse moço fez para as guitarras e os vocais também. Tagarelei sobre tudo isso porque acho importante ressaltar a introdução da música. Ela começa justamente com Frusciante lançando um efeito que sempre achei bacana nas guitarras, o de retirar o "ataque" da nota (ou seja, a palhetada que o cara dá) utilizando-se do controle de volume do instrumento. Esse efeito simples dá uma sensação quase que ruidosa para a música. Logo depois Flea (baixista) e Chad (baterista) entram. De súbito uma das coisas mais bonitas da música se inicia lá por 1'18". A real introdução da música tocada pela guitarra. Sendo sincera, fui seduzida aí mesmo hahaha. Notem que os ruídos da guitarra sem o ataque continuam, como realmente é na versão de estúdio. Isso tudo criou um baita climão para a música, algo que vai continuar pelo menos até a metade dela. 
Para mim, uma das marcas mais evidentes da banda sempre foi o vocal de Frusciante, sempre no agudo se arriscando e mandando ver sem medo. Essa canção é um belo exemplo dessa habilidade do cara e eu admiro de mais. Se continuarmos ouvindo eis que surge uma ruptura em 3'50", a música ganha outra cor, outro clima totalmente diferente. O guitarrista larga a guitarra para tocar o violão. Entra uma levada muito furiosa e totalmente discrepante com o que estava acontecendo anteriormente. O cara conseguiu colocar um peso absurdo na música utilizando um único violão. A música é dividida em duas partes que parecem alienígenas comparadas uma com a outra, mas creio que a letra ajuda a entendermos um pouco esta ruptura. É essa aqui: 

Does it go from east to west
Body free and a body less
Come again just to start a fresh
Once again to find a home
In the moment of the meantime

Dropping in coming through the mesh
Checking in just to get it blessed
Hard to leave when it's picturesque
Find a form that's free the roam
Where you come from
Where you going

Do it all then it all again
Make it up and you make a friend
Paddle on just around the bend
Find a place where you can see
All the mamas and the papas

Take a chance on a recommend
Hard as hell just to comprehend
Disbelief that I do suspend
Easy now to find a breeze
Where you come from
Where you going

We all want to tell her
Tell her that we love her
Venice gets a queen
Best i've ever seen
We all want to kiss her
Tell her that we miss her
Venice gets a queen
Best i've ever

I know you said you don't believe
In god do you still disagree
Now that it's time for you to leave
G.L.O.R.I.A
Is love my friend

Your stylish mess of silver hair
A woman of your kind is rare
Your uniform returns to air
G.L.O.R.I.A
Is love my friend

And now it's time for you to go
You taught me most of what I know
Where would I be without you Glo
G.L.O.R.I.A
Is love my friend

I see you standing by the sea
The waves you made will always be
A kiss goodbye before you leave
G.L.O.R.I.A
Is love my friend



Pois é, deparei-me com outra música que possui uma história interessante. Dei uma pesquisada rápida no significado da música e descobri que "Gloria" era conselheira de Anthony Kiedis em sua luta contra o vício da heroína. Gloria Scott era usuária também e acabou criando uma relação muito estreita com a banda. Em um dado momento foi diagnosticada com câncer e a banda, para tentar ajudar, comprou um apartamento para ela em Venice Beach, por isso o nome da música "Venice Queen". Gloria acabou morrendo durante a gravação do disco By The Way e em sua homenagem, resolveram escrever a canção. Agora fica mais claro perceber a ruptura no meio da música. Pela letra, além de uma homenagem, fica evidente que a banda se despede de Gloria.

Bem, consegui me empolgar muito escrevendo. Se pudesse, teria escrito muito mais, mas acredito que consegui falar mais ou menos o que estava pensando aqui. Fui ouvindo o disco enquanto escrevia e percebi que deixei de ouvir um punhado de músicas boas. Que bela lição que recebi hoje, realmente tive que "desestufar" meu peito e dizer "ok, talvez eu não conheça esse disco tão bem". Enfim, acho que é isso! Até amanhã e um abraçaço!

PS.: a música de hoje foi dica da Sil!




Um comentário:

  1. Percebo que hoje você nem mesmo publica mais no blog, mas se por acaso ainda passa para dar uma olhada se alguém comenta algo, gostaria de lhe sugerir cavar um pouco também no album Californication, nas bonus tracks, ha músicas boas, em especial Over Funk e Quixotilicelixer.

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