quarta-feira, 31 de julho de 2013

#08 - Soraya Queimada (Zéu Britto)



Hoje acordei meio preguiçosa. Posso dizer que este é o dia, desde o início do desafio, mais difícil de escrever no sentido de inspiração. Bem, amigos já me avisaram que seria assim e eu mesma estive sempre ciente disso, se a vontade de escrever fosse uma coisa diária e fácil isso tudo não poderia ser chamado de desafio. Mas aí penso, mesmo sabendo disso tudo e tendo total consciência, fiquei o dia inteiro reclamando aos ventos quão difícil estava sendo escrever. Enfim, tagarelei de mais sobre trivialidades. Hoje o texto será menor, primeiro porque estou nesse estado de preguiça monumental, segundo porque a canção em si é super curta e simples.

"Soraya Queimada" foi um título que me chocou muito ao colocar a música para tocar. Aí você começa a ouvir e vem um rock super baladinha, quase que imitando essas baladas românticas que ouvimos por aí. É então que a voz grossa e marcante de Zéu Britto entra, creio que foi a coisa que mais chamou atenção para mim naquele momento. Vendo o clipe pensei que conhecia a cara desse cara e não tinha certeza se era do cinema ou televisão e pesquisando percebi que ele já trabalhou muito com as duas mídias. Inclusive no cinema atuando e escrevendo músicas para trilhas de filmes. Soraya Queimada é uma delas, compondo a trilha de "Meu tio matou um cara" (2004), sendo que 'Soraya' é o nome da personagem de Deborah Secco no filme. 


Eu queria ter um lança chamas,
Eu queria ter uma fogueira.
Eu queria ter somente um fósforo,
Eu queria ter uma vela acesa.

Pra queimar Soraya, pra ver torrar seu couro,
Pra deixar somente o osso exposto ao Sol.
E depois da meia noite Soraya vai voltar...
Ela vem toda queimada se vingar, Se vingar...

Eu quero ver Soraya queimada,
Soraya queimada,
Porque Soraya me queimou...

Eu quero ver, quero ver,
Soraya queimada,
Soraya queimada,
Porque Soraya me queimou...

Eu queria ácido sulfúrico,
E um litro de álcool Tubarão.
Eu queria uma tocha iluminada,
Pra deixar Soraya igual carvão.

E depois da meia noite Soraya vai voltar...
Ela vem toda queimada se vingar,
Pode vir,
Se vingar...

Eu quero ver Soraya queimada,
Soraya queimada,
Porque Soraya me queimou...
Eu quero ver, quero ver,
Soraya queimada,
Soraya queimada,
Porque Soraya me queimou...
E doeu...



Bem, tanto a letra, quanto o clipe são super humorísticos, aparentemente é a marca de Zéu Britto, além de sua voz grossa, obviamente. Não há muito o que dizer, a canção segue uma linha super tradicional de rock mais leve, dançante, algo que se contrasta completamente da letra violenta e amargurada. Este é outro ponto que gostei muito na música!  Acho que é isso. A canção merecia mais, confesso, mas como disse, inspiração não vem tão facilmente. Paciência, né? Até amanhã e um abraçaço!

PS.: essa música foi dica do Nhonho!

terça-feira, 30 de julho de 2013

#07 - Things Goin` On (Lynyrd Skynyrd)

Hoje acordei meio sulista. Estava perdidinha de novo, ouvi muitas músicas mas nenhuma me chamou atenção a ponto de querer escrever. Aí olhando álbuns em um desses sites de "1001 álbuns para ouvir antes de morrer" (deixarei o link aqui ), esbarrei nesta banda em questão: Lynyrd Skynyrd. Muitos devem conhecer, mas não sabem que ela é a autora da canção "Sweet Home Alabama", seguramente, o maior sucesso do grupo. O álbum que escolhi ouvir foi "Pronounced 'Lĕh-'nérd 'Skin-'nérd" de 1973, na hora que li não consegui identificar, achei o nome do álbum tão ilegível quanto o nome da banda. Mas aí olha só que genial, alguns minutos depois percebi que o nome do álbum é a pronuncia do nome da banda. Ok, você vai dizer, "ah vá, ximbinha, sua anta!". Sim, era óbvio, mas só fui me dar conta depois de ler que esse é o primeiro álbum deles, depois disso, tudo fez sentido para mim haha. 
Bem, a banda tem uma história peculiar e triste. No auge do seu sucesso, em 1977, os caras sofreram um acidente em um dos voos que estavam fazendo para a Louisiana. Os motores do avião pararam de funcionar e ele caiu, matando vários integrantes da banda, inclusive o principal compositor Ronnie Van Zant. Mesmo com a tragédia a banda se reergueu e faz shows até hoje.

Bem, vamos à música então. Ela começa com uma guitarra super country, sulista, característica principal do som da banda. O Lynyrd Skynyrd sempre prezou por esse som puramente rock n`roll com aquele sotaque do sul dos EUA que só eles sabem fazer. Esses riffs que vem do country são uma das raízes do rock e o ritmo da bateria juntamente com uma meia lua que entra logo depois dão o toque especial e super "manjado", num bom sentido, para o som. Depois da entrada da voz lá por 1'05" entra o piano que, mais uma vez, só faz acrescentar para a tradição do rock genuinamente sulista. A letra, novamente, pode significar muitas coisas, mas creio que ela fala de um descontentamento do cenário social daquele contexto, considerando que havia muita segregação ainda nos EUA. Podemos perceber que há uma crítica. Talvez para políticos, poderosos, enfim, não tentarei destrinchar aqui o que eles "devem ter falado", até porque é algo que nunca poderei comprovar.

Have you ever lived down in the ghetto?
Have you ever felt the cold wind blow?
If you don't know what I mean,
Won't you stand up and scream?
'Cause there's things goin' on that you don't know.

Too many lives they've spent across the ocean.
Too much money been spent upon the moon.
Well, until they make it right
I hope they never sleep at night
They better make some changes
And do it soon.

They're goin ruin the air we breathe
Lord have mercy.
They're gonna ruin us all, by and by.
I'm telling you all beware
I don't think they really care
I think they just sit up there
And just get high.


Gostei muito da sonoridade, crueza e simplicidade da música, super indicada para ouvir naqueles momentos que agente se encontra sedento por algo mais rock n` roll e menos moderninho. Enfim, falei pouco mas acredito que a música fala por si só! É isso! Até amanhã e um abraçaço!



PS.: o site que achei a música foi indicação da insuportável Ana Paula Sucrilhos!




segunda-feira, 29 de julho de 2013

#06 - (The Symphony of) Blasé (Anberlin)

Hoje acordei meio blasé. Em meio a tantas correrias o post de hoje vai acabar saindo nos últimos minutos do sexto dia. Bem, o que importa é conseguir respeitar o horário. 

Anberlin é uma banda que fiquei conhecendo juntamente com essa música. Sinceramente, ainda não ouvi outras músicas deles mas achei interessante escrever um pouco sobre ela até porque a pessoa que me indicou é uma baita figura e um grande amigo. Bem, ao ouvir de primeira achei ela super "adocicada", soava um pouco romântica (pensei isso antes de ler a letra), enfim, como já comentei aqui, tenho um fraco por esse tipo de música. Bem, achei muito bacana e bem feitinha. Tenho uma ressalva que comentarei mais adiante. Não há muito o que escrever sobre a banda. Ela é americana formada em 2002 na Flórida, tachada como "música alternativa", termo que para mim acabou perdendo significado no passar do tempo devido ao uso insistente da palavra alternativo nos últimos anos. Mesmo assim, não comentarei sobre o estilo da banda ouvindo somente uma única canção.

A música é do disco "Never Take Friendship Personal" de 2005, começa com sonzinho bem leve, gostoso de ouvir naquele dia chuvoso e frio para ficar em casa pensando na vida hahaha. Melodia super agradável e bonita, daquelas que grudam no ouvido logo de cara,típico de canções adocicadas, na minha opinião. Resolvi pesquisar a letra (deixarei ela mais abaixo para poderem ouvir lendo), e percebi que não há uma história clara como nas outras canções que venho ouvido nos últimos tempos. Achei até bom para forçar um pouco minha interpretação. Bem, creio que é claro que trata-se de um relacionamento que se rompeu. Esse é o grande tema das canções pelo mundo, rompimentos, sofrimentos, etc. Pudera, é inegável que a inspiração para escrever vem com mais força quando estamos naqueles dias mais tristes e introspectivos. Veja se concorda:



Are there no shadows where you are?
I can see everything as day
Problems that you try to hide away
Pushing me aside (You're pushing me aside)

Could the winter calm come twice?
Because your heart seems so cold tonight
Thirst for substance somehow isn't right
It's killing me inside (It's killing you inside)
Killing me inside

I don't wanna be where you are
I don't wanna be here even now
I don't wanna be by your side
If something isn't right
If something isn't right

This is our last goodnight
Say what you will
Say all that you can
Words have no meaning
When I've seen where you've been

This is our last goodnight
Say what you will
Say all that you can
This is our last goodbye
This is where love ends

Are you so naive to right and wrong
How could you watch innocence forgone
Does what we've done ever really belong?
It wasted me away (I feel so wasted away)

God if you can hear me out alright
Please take these feelings for her inside
My chest hurts when I breathe tonight
It's wasting me away (You're wasting me away)
You're wasting me away

I don't wanna be where you are
I don't wanna be here even now
I don't wanna be by your side
If something isn't right
If something isn't right

This is our last (This is our last)

This is our last goodnight
Say what you will
Say all that you can
Words have no meaning
When I've seen where you've been

This our last goodnight
Say what you will
Say all that you can
This is our goodbye
This is where love ends
 
Comentei no início que tinha uma ressalva a fazer. Nas partes que ele fala "I don`t wanna be where you are..." entra uma bateria eletrônica com uma batidinha, típico chamariz de refrão. Bem, achei um pouco clichê de mais e para mim soa muito previsível, isso me incomoda um pouco, mas bem pouco mesmo! Bem, no mais, gostei sim da canção, quem sabe mais para frente (como sempre digo) eu poste mais uma música dos caras.

Enfim, creio que é isso por hoje. São 23:38 e estou quase no limite do meu tempo, mas, felizmente consegui!  Até amanhã e um abraçaço!
PS.: música indicada pelo Puff!


domingo, 28 de julho de 2013

#04 e 05 - Caminhos Cruzados (Tom Jobim)

Hoje acordei meio pecadora. Por mais ambígua que esta frase possa parecer, meu pecado não se encontra entre os 7 capitais ou entre os 10 mandamentos. Pequei pois, logo no primeiro fim de semana de meu desafio, cometi um furo na continuidade das postagens. Mesmo assim, resolvi considerar este post como o número 4 e o número 5 ao mesmo tempo. Não darei mil desculpas mirabolantes nem tentarei justificar nada. Foi erro de planejamento meu, confesso. Vejamos se até o fim da postagem posso ser absolvida!

Hoje decidi falar sobre Caminhos Cruzados, mas dessa vez não foi por indicação de amigo. Comecei a ler "Verdade Tropical" de Caetano Veloso e bem no início ele comenta sobre esta música em especial fazendo um paralelo entre duas versões: uma de Maysa e outra de João Gilberto. Bem, a música foi composta originalmente por Tom Jobim antes do surgimento oficial da bossa nova, mas escolhi falar mais das versões em si, que do compositor. Seguramente terei mais oportunidades de escrever sobre Tom Jobim em outros dias.

Primeiramente, quem é Maysa? Para aqueles que assistiram o seriado da globo ou aqueles que conhecem a célebre música que tem como início: "meu mundo caiu..." e já se debulharam em lágrimas por um amor bandido, sabem de quem estou falando. Maysa Matarazzo (1936-1977)  é uma grande cantora e compositora iniciando sua carreira nos anos 50 perdurando até o fim de sua vida. Sem dúvida alguma o aspecto melancólico de sua voz, de seus arranjos e até mesmo de sua aparência, por vezes desgastada, tornaram-se sua marca registrada. Caminhos Cruzados, como muitas outras canções de Maysa, é um samba-canção, estilo muito predominante em sua carreira, muitas vezes comparado ao bolero pelo tema das letras. Já deixarei a versão feita em 1958 por ela aqui: 





João Gilberto (1931-)  é outra figura emblemática para a música brasileira. Considerado como um dos precursores da bossa nova com a gravação que deu início ao gênero: Chega de Saudade. Sua batida de samba que não era bem um samba, aliada à música de Tom Jobim e Vinícius de Moraes deram o tempero necessário para o que viria a ser um dos gêneros brasileiros mais difundidos internacionalmente. Sua versão de Caminhos Cruzados foi lançada em 1976 em um disco chamado "Amoroso" com o arranjo de cordas de Claus Ogerman. Eis a versão:



 

Quando um coração que está cansado de sofrer
Encontra um coração também cansado de sofrer
É tempo de se pensar,
Que o amor pode de repente chegar

Quando existe alguém que tem saudade de outro alguém
E esse outro alguém não entender
Deixe esse novo amor chegar,
Mesmo que depois seja imprescindível chorar

Que tolo fui eu que em vão tentei raciocinar
Nas coisas do amor que ninguém pode explicar
Vem, nós dois, vamos tentar
Só um novo amor pode a saudade apagar.


"É útil comparar essas duas gravações para entender o significado do gesto fundamental da invenção da bossa nova. A interpretação de João é mais introspectiva que a de Maysa, e também violentamente menos dramática; mas, se na gravação dela os elementos essenciais do ritmo original do samba foram lançado ao esquecimento quase total pela concepção do arranjo e, sobretudo, pelas inflexões do fraseado, na dele chega-se a ouvir - com o ouvido interior - o surdão de um bloco de rua batendo com descansada regularidade de ponta a ponta da canção. É uma aula de como o samba pode estar inteiro mesmo nas suas formas mais descaracterizadas; um modo de, radicalizando o refinamento, reencontrar a mão d o primeiro preto batendo no couro de primeiro atabaque do nascedouro do samba." (Caetano Veloso em "Verdade Tropical")

Pois bem, resolvi começar falando da música pela fonte da minha inspiração de hoje. Transcrevi esse trecho inteiro pois este paralelo entre o samba tradicional e o estilizado que Caetano fez é muito interessante. Mesmo em João Gilberto que, claramente, há um tratamento mais rebuscado do arranjo, há sim uma raiz muito característica do que era aquele samba do início de tudo. Já em Maysa o caminho da origem fica perdido entre o tratamento melancólico da canção. É interessantíssimo notar como a interpretação de dois artistas totalmente contrários em suas características pode ser tão diferente. Em se tratando de preferências, a versão de João Gilberto soa mais interessantes a meus ouvidos, talvez pela delicadeza do tratamento que é marca presente em praticamente todas as suas gravações. Mesmo assim, não posso ser injusta e deixar de reverenciar a grande voz que é Maysa, linda mulher e grande cantora/compositora.

Enfim, sei que falei pouco sobre as versões em si, mas meu intuito era colocar esta proposta de comparação que Caetano fez em seu livro à prova e ouvir realmente se há mesmo tudo isso que o autor diz ter. Bem, é inegável perceber as diferenças e a pulsação na versão de João. Espero que a leitura não tenha me levado a crer cegamente (ou surdamente) nas palavras do autor.

Bem, em partes, escrevi pouco pois tenho pouco tempo até o dia terminar e estou simplesmente caindo de sono. Portanto, peço desculpas pela ausência, espero ter sido absolvida hoje! Até amanhã (mesmo!) e um abraçaço!





sexta-feira, 26 de julho de 2013

#03 - Venice Queen (Red Hot Chili Peppers)


Hoje acordei meio desconcertada. Em se tratando de RHCP sempre fui muito suspeita. Conheço os grandes sucessos como a maioria das pessoas, mas, em especial, sempre ouvi mais um disco: By The Way (2002).

 Comecei a ouvir esse disco na adolescência, na época em que as pessoas ainda compravam CDs para ouvir em seus aparelhos. Com certeza é um dos trabalhos mais "deprês" da banda e eu não digo isso de uma forma ruim, falo como um elogio também, pois, pessoalmente sempre tive uma inclinação por canções mais adocicadas ou "escuras". Esse álbum está recheado desse tipo de música e a de hoje, Venice Queen é um grande exemplo disso. Mas aí você se pergunta: "mas por que você acordou desconcertada hoje?", bem, eu no alto da minha arrogância achei que conhecia muito bem esse CD, achei que, sendo o único que realmente ouvi, não havia mais nada de novo para conhecer. Pois bem, hoje (mais precisamente ontem haha), descobri essa "pérola" escondida no álbum. Sim, essa canção é a última do disco e por consequência a anta que vos fala deixou passar batido. Pensei muito se seria justo falar sobre esta canção, pois, é inevitável que alguma vez na vida, há muitos anos, eu tenha escutado ela. Mas aí percebi e refleti que, por vezes, escutamos algo mas não paramos para ouvi-lo. Bem, essa é a lição que estou dando para mim mesma hoje. Nunca subestime as músicas que não são hits de sucesso, você pode encontrar coisas muito preciosas em lugares inimagináveis. Enfim, após essa longa introdução, vamos à música!





Bem, em homenagem à amiga que me indicou a música de hoje, resolvi falar desta versão em especial. O ao vivo tem alguns detalhes diferentes da versão do disco que, na minha opinião, dão um toque especial à música, sem falar que é sempre bacana ver a banda tocar ao vivo. Uma coisa que sempre me fez admirar o RHCP nessa formação é o entrosamento entre os caras. Todos, sem exceção são ótimos músicos, nem preciso citar um por um, pois acho que isso fica muito claro. Hoje o guitarrista (Frusciante) já não está mais na banda, mas é inegável a contribuição que esse moço fez para as guitarras e os vocais também. Tagarelei sobre tudo isso porque acho importante ressaltar a introdução da música. Ela começa justamente com Frusciante lançando um efeito que sempre achei bacana nas guitarras, o de retirar o "ataque" da nota (ou seja, a palhetada que o cara dá) utilizando-se do controle de volume do instrumento. Esse efeito simples dá uma sensação quase que ruidosa para a música. Logo depois Flea (baixista) e Chad (baterista) entram. De súbito uma das coisas mais bonitas da música se inicia lá por 1'18". A real introdução da música tocada pela guitarra. Sendo sincera, fui seduzida aí mesmo hahaha. Notem que os ruídos da guitarra sem o ataque continuam, como realmente é na versão de estúdio. Isso tudo criou um baita climão para a música, algo que vai continuar pelo menos até a metade dela. 
Para mim, uma das marcas mais evidentes da banda sempre foi o vocal de Frusciante, sempre no agudo se arriscando e mandando ver sem medo. Essa canção é um belo exemplo dessa habilidade do cara e eu admiro de mais. Se continuarmos ouvindo eis que surge uma ruptura em 3'50", a música ganha outra cor, outro clima totalmente diferente. O guitarrista larga a guitarra para tocar o violão. Entra uma levada muito furiosa e totalmente discrepante com o que estava acontecendo anteriormente. O cara conseguiu colocar um peso absurdo na música utilizando um único violão. A música é dividida em duas partes que parecem alienígenas comparadas uma com a outra, mas creio que a letra ajuda a entendermos um pouco esta ruptura. É essa aqui: 

Does it go from east to west
Body free and a body less
Come again just to start a fresh
Once again to find a home
In the moment of the meantime

Dropping in coming through the mesh
Checking in just to get it blessed
Hard to leave when it's picturesque
Find a form that's free the roam
Where you come from
Where you going

Do it all then it all again
Make it up and you make a friend
Paddle on just around the bend
Find a place where you can see
All the mamas and the papas

Take a chance on a recommend
Hard as hell just to comprehend
Disbelief that I do suspend
Easy now to find a breeze
Where you come from
Where you going

We all want to tell her
Tell her that we love her
Venice gets a queen
Best i've ever seen
We all want to kiss her
Tell her that we miss her
Venice gets a queen
Best i've ever

I know you said you don't believe
In god do you still disagree
Now that it's time for you to leave
G.L.O.R.I.A
Is love my friend

Your stylish mess of silver hair
A woman of your kind is rare
Your uniform returns to air
G.L.O.R.I.A
Is love my friend

And now it's time for you to go
You taught me most of what I know
Where would I be without you Glo
G.L.O.R.I.A
Is love my friend

I see you standing by the sea
The waves you made will always be
A kiss goodbye before you leave
G.L.O.R.I.A
Is love my friend



Pois é, deparei-me com outra música que possui uma história interessante. Dei uma pesquisada rápida no significado da música e descobri que "Gloria" era conselheira de Anthony Kiedis em sua luta contra o vício da heroína. Gloria Scott era usuária também e acabou criando uma relação muito estreita com a banda. Em um dado momento foi diagnosticada com câncer e a banda, para tentar ajudar, comprou um apartamento para ela em Venice Beach, por isso o nome da música "Venice Queen". Gloria acabou morrendo durante a gravação do disco By The Way e em sua homenagem, resolveram escrever a canção. Agora fica mais claro perceber a ruptura no meio da música. Pela letra, além de uma homenagem, fica evidente que a banda se despede de Gloria.

Bem, consegui me empolgar muito escrevendo. Se pudesse, teria escrito muito mais, mas acredito que consegui falar mais ou menos o que estava pensando aqui. Fui ouvindo o disco enquanto escrevia e percebi que deixei de ouvir um punhado de músicas boas. Que bela lição que recebi hoje, realmente tive que "desestufar" meu peito e dizer "ok, talvez eu não conheça esse disco tão bem". Enfim, acho que é isso! Até amanhã e um abraçaço!

PS.: a música de hoje foi dica da Sil!




quinta-feira, 25 de julho de 2013

#02 - Joan Crawford (Blue Oyster Cult)

Hoje acordei meio rock n` roll. Ontem estive à procura da música de hoje e recorri a um amigo que, com certeza, teria milhares de músicas inéditas na minha vida para passar. Eis que ele me apresentou  Blue Oyster Cult. Se você, como eu, pensou: "mas que raios de banda é essa?", não se reprima! Dei uma pesquisada e resolvi falar um pouco dessa banda.

BOC é originário de Long Island, Nova Iorque. Ela iniciou seu trabalho no final dos anos 60 e continua existindo até hoje. O estilo da banda passa por um hard rock ou metal, mas daqueles bem de raiz mesmo, considerando que os caras são contemporâneos de Led Zeppelin, Black Sabbath e outros peixes grandes. Fizeram muito sucesso, vendendo cerca de 7 milhões de discos só nos EUA, tendo como "hits" (Don`t Fear) The Reaper, Godzilla e Burnin` for You.

Bem, vamos ao que interessa. A canção foi lançada no álbum Fire of Unknown Origin de 1981. A primeira impressão que tive no início da música foi que estava ouvindo uma música erudita. Ela começa com um piano bem clássico, artifício que sempre foi muito usado no rock, mais precisamente nas várias vertentes de heavy metal. Gostei desse gostinho de não saber o que estava por vir, se iria ser algo muito pesado ou um hard rock mais tradicional. Vale ressaltar que este meu amigo já havia contado que era uma banda de rock. Eis que lá por 0'42" a banda entra destruindo com um peso bem grande, mantendo o piano que vai ser constante na música. Os versos entram e a banda segura numa levada super tradicional, sem muitos floreios e exageros. Quando chega nos 2'44", entra a ponte. A partir daí vários sons concretos entram, ao meu ver, para dar base à imaginação do ouvinte sobre tudo que foi falado na letra até então. Batida de carro, telefone tocando, bebê chorando, cachorro uivando, etc. A voz que chega chamando Christina é, obviamente, tenebrosa dando um efeito de terror à canção. Confesso que toda essa teatralidade nunca me atraiu em música, o fato da banda utilizar-se de artifícios para colocar o público dentro daquela história é bacana, mas eu, pessoalmente, acho um pouco forçado de mais. O que mais me intrigou nisso tudo é a história da letra. A banda é conhecida por falar sobre assuntos de horror ou ficção científica em seus temas e nessa música não foi diferente. Veja lá:

Junkies down in Brooklyn are going crazy
They're laughing just like hungry dogs in the street
Policemen are hiding behind the skirts of little girls
Their eyes have turned the color of frozen meat

No, no, no, no, no, no, no, no, no, no, no, no
Joan Crawford has risen from the grave
Joan Crawford has risen from the grave

Catholic school girls have thrown away their mascara
They chain themselves to the axles of big Mac trucks
The sky is filled with herds of shivering angels
The fat lady laughs, "Gentlemen, start your trucks"

Oh no, no, no, no, no, no, no, no, no, no, no
Joan Crawford has risen from the grave
Joan Crawford has risen from the grave

Christina
Mother's home
Christina
Come to mother
Christina

No, no, no, no, no, no, no, no, no, no, no, no
Joan Crawford has risen from the grave
Joan Crawford has risen from the grave
Joan Crawford has risen from the grave
Joan Crawford has risen




Bem, fui pesquisar quem é Joan Crawford, já que, ao que me parece, é a figura principal da letra. Na realidade, fui pesquisar descrente de que iria achar alguma informação útil, mas, descobri, não só quem é Joan Crawford como Christina, que aparece mais para o fim da música. Joan Crawford, na realidade, é o nome artístico de Lucille Fay LeSueur (1905-1977), atriz americana super consagrada e vencedora de oscar de melhor atriz em 1945. Crawford possuía quatro filhos adotivos: Christina, Christofer, Cynthia e Cathy. Em se testamento, a atriz retirou os dois primeiros filhos deixando sua fortuna apenas para Cynthia e Cathy. Anos depois de sua morte, Christina Crawford, sua filha mais velha, escreveu um livro autobiográfico e best-seller intitulado "Mommy Dearest", em que contava os atos abusivos da mãe, alegando que Joan era alcoólatra e uma péssima mãe. Bem, esta homenagem da banda transformando Joan Crawford em uma figura quase que demoníaca é fantástica haha. Confesso que não sou fã de terror, mas achei interessante o uso desse tema na canção.

Quando este meu amigo me apresentou a canção não acreditei que iria conseguir escrever muito. Pensei: "é uma banda de rock, super clássica com uma temática de terror. Ok, e agora?", fiquei muito entusiasmada em saber que as coisas tem uma profundidade muito maior do que elas aparentam. Toda essa história de atriz, mãe abusiva e alcoólatra me fez pensar nas outras centenas de histórias que essa banda deve ter para contar. Quem sabe lá pelo dia 100 eu trago outra música desses caras. É, quem sabe...

Enfim, acho que é isso. Bom frio para todos e até amanhã! Um abraçaço!

PS.: esta música foi dica do queridíssimo Pelota!
PS2.: agradecimentos especiais ao Wikipedia (hahaha).





quarta-feira, 24 de julho de 2013

#01 - Aquela dos 30 (Sandy Leah)

E foi dada a largada!

Bem, começando do começo, meu nome é Yasmine, mas todos me chamam de Xim (longa história, quem sabe eu conto aqui um dia). Sou graduanda em música e baterista.
O grande propósito deste blog é propor um desafio pessoal de escrever sobre uma música por dia, durante um ano ou 365 dias. Propus para mim mesma que haveria uma única regra: falarei somente de músicas que conheci na semana em questão. Como assim, Xim? Por exemplo, se nessa semana alguém me mostra uma música dos Beatles que eu nunca tinha ouvido, tenho sinal verde para escrever sobre ela. A ideia central é que eu não me prenda a antigas canções que passaram pela minha vida. Essas estarão reservadas para outras ocasiões, mas deixarei um mistério por enquanto. Outra questão é que tentarei ser o mais eclética possível, passando pelo pop, mpb, rock, etc. Aos amantes de funk e sertanejo, infelizmente não  entrarei tão a fundo nesses gêneros, pois paciência tem limite haha. De qualquer forma, achei que escolher a cantora de hoje seria uma boa experiência para mim e uma bela maneira de começar esse desafio eclético.
Pois bem, como o título diz, a música de hoje é de uma garota, que não é mais uma garota, mas no coração dos milhões de fãs, continua sendo a "Sandy e Junior" haha. Bem, a dupla deixou de existir em 2007, ou seja, passaram-se bons anos para que, agora Sandy Leah, pudesse amadurecer seu trabalho. A canção foi lançada no ano passado como uma das faixas de um EP chamado "Princípios, meios e fins".
Bem, ouvindo a música (e vendo o clipe), logo de cara posso perceber que a ânsia de se desprender daquele estigma da antiga carreira é grande. A letra, se não me engano, é da própria Sandy, e fala muito sobre a fase atual dela, já com trinta anos, casada, bem de vida, etc. Pessoalmente, não sou grande fã do trabalho dela, mesmo assim quis dar uma chance e me desprender dos preconceitos para ouvir e refletir sobre o que ela está tentando dizer. Eis a letra: 

Hoje já é quinta-feira
E eu já tenho quase 30
Acabou a brincadeira
E aumentou em mim a pressa
De ser tudo que eu queria e ter

Mais tempo pra me exercer

Tenho sonhos adolescentes
Mas as costas doem
Sou jovem pra ser velha
E velha pra ser jovem
Tenho discos de 87
E de 2009
Sou jovem pra ser velha
E velha pra ser jovem

Hoje já é quinta-feira
E há pouco eu tinha quase 20
Tantos planos eu fazia
E eu achava que em 10 anos
Viveria uma vida
E não me faltaria tanto pra ver

Tenho sonhos adolescentes
Mas as costas doem
Sou jovem pra ser velha
E velha pra ser jovem
Tenho discos de 87
E de 2009
Sou jovem pra ser velha
E velha pra ser jovem

Tempo falta
E me faz tanta falta
Preciso de um tempo maior
Que a vida que eu não tenho toda pela frente
E do tamanho do que a alma sente

Tenho sonhos adolescentes
Mas as costas doem
Sou jovem pra ser velha
E velha pra ser jovem
Tenho discos de 87
E de 2009
Sou jovem pra ser velha
E velha pra ser jovem

Tenho sonhos adolescentes
Mas as costas doem
Sou jovem pra ser velha
E velha pra ser jovem
Dou valor ao que a alma sente
Mas já curti Bon Jovi
Sou jovem pra ser velha
E velha pra ser jovem

Já é quase meia-noite
Quase sexta-feira
E me falta tanto ainda


Lendo a letra e ouvindo a canção junto, pensei que gosto dessa coisa das Sandy mais humana e tal. Ela, claramente, está em um processo de mudança do público alvo, não fala mais sobre amores bobinhos e imortais. Fala da realidade do que é ter seus 30 anos e poder, finalmente, fazer o que quiser. Nostalgia misturada com expectativa. Tá aí, gostei disso! Não posso dizer que virei fã dela ou coisa parecida, mas passei a respeitar mais, confesso. Bem, deixarei o link do clipe aqui. Clipe este que é bem interessante, bem produzido, etc etc.




Enfim, espero poder cumprir este meu desafio diário! Para tanto, conto com meus amigos queridos, no sentido de me mostrarem mais músicas! E é isso, até amanhã! Um abraçaço! 

PS.: esta música foi dica da Ana Paula Sucrilhos!